GRANDE ATITUDE
Na recepção ao Sporting, o Beira-Mar tinha uma missão difícil, pois não são comparáveis os orçamentos e as soluções de uma e de outra equipa. Contudo, mais uma vez, os Auri-negros deram uma prova de grande atitude e personalidade, nunca se vergando à teórica superioridade dos leões.
Com uma entrada em jogo de grande vivacidade, impondo um ritmo forte, o Beira-Mar equilibrou a batalha do meio campo, obrigando o Sporting a levar algum tempo a acercar-se da baliza Aveirense. Tendo essa situação acontecido com perigo no cabeceamento de Postiga ao poste, quando estavam decorridos 18 minutos.
Mantendo-se um jogo emotivo, embora com ascendente leonino, a partida levou o primeiro grande abanão aos 38 minutos, quando o Beira-Mar ganha um livre na zona frontal, a cerca de 30 metros da baliza, Renam executa um potente remate, ao qual Rui Patrício não se conseguiu opor, não ficando muito bem na fotografia.
Não se pode dizer que era de total justiça o resultado, pois o Sporting dominava, mas o Beira-Mar vinha a demonstrar uma postura sólida, pelo que lhe assentou bem o golo.
Contudo, dois minutos volvidos e vinha o empate em consequência de uma abordagem menos conseguida de Hugo ao lance, Postiga ganhou a bola na direita e passou a João Pereira que estava isolado no coração da pequena área e não deu qualquer hipótese a Rui Rego.
Chegando-se ao intervalo com o empate, resultado que se aceita tendo em conta o desenrolar da partida.
A etapa complementar trouxe momentos distintos, o Sporting dominou e criou situações de remate às quais o enorme Rui Rego se opôs sempre de forma magnífica, levando sempre a melhor sobre Postiga, o mais rematador da equipa leonina.
Leonardo Jardim, a cerca de 20 minutos do final da partida, prescindia de Ronny e de Artur, apostando claramente no contra-ataque, mercê da velocidade dos recém entrados Maranhão e Wilson Eduardo.
À passagem do minuto 80 a clarividência leonina perdia-se, instalando-se algum desnorte, sendo a vez de o Beira-Mar ter ascendente no jogo, desperdiçando a partir desta altura várias ocasiões de golo, para as quais houve algum deslumbramento, especialmente de Wilson Eduardo.
A partida terminou com um justo empate, uma vez que, se o Sporting foi mais dominador, o Beira-Mar também esteve sempre a um nível muito positivo na resposta aos leões.
Gostaríamos de destacar mais alguns factos positivos deste encontro:
- Rui Rego, o guardião do Beira-Mar protagonizou, mais uma vez, uma exibição de grande qualidade, foi apenas fantástico.
- A arbitragem, a qual não necessitou de mostrar nenhum cartão, beneficiando também da atitude competitiva, mas leal dos jogadores.
- Os adeptos, mais de 15 mil, os quais se souberam comportar, não criando qualquer tipo de conflito, brindando o estádio de cor, cânticos e de entusiasmo, esperando nós que quando as outras duas equipas grandes se deslocarem a Aveiro o façam dentro do civismo que os adeptos de Beira-Mar e Sporting evidenciaram.
O único aspecto negativo continua a ser, para nós, o escoamento de trânsito no Estádio Municipal no final do jogo, pois é inaceitável que tudo se processe numa única via, criando filas imensas. Não haverá uma melhor solução que os responsáveis técnicos do município possam implementar?
Terminamos apenas acrescentando que voltou a haver muito empenho, atitude e postura por parte do Beira-Mar, agora temos que conseguir traduzir todo este bom desempenho em golos e pontos, é fundamental melhorar a eficácia na concretização.
Força Beira!
Tendo em conta os problemas directivos que o Beira-Mar atravessa, tendo em conta também que em Paços de Ferreira é muito dificil pontuar, sobretudo pela pressão do público e pelas dimensões do próprio campo (o Sporting que o diga), foi um bom resultado.
